Guerra comercial de Trump afeta a rentabilidade dos investimentos

Guerra comercial de Trump afeta a rentabilidade dos investimentos – FUNCEF está atenta aos desdobramentos da nova política tarifária imposta pelo governo norte-americano.

Mercado: Guerra tarifária

As medidas tarifárias recentemente adotadas pelos Estados Unidos têm provocado volatilidade nos mercados globais, principalmente pelo risco de uma desaceleração do crescimento mundial. O aumento das barreiras comerciais amplia a aversão ao risco, pressiona moedas de países emergentes e reduz o apetite por ativos desses mercados.

No Brasil, empresas com maior exposição ao comércio internacional são mais afetadas, enquanto companhias voltadas ao mercado doméstico tendem a ter menor impacto neste cenário.

Nos EUA, aumentou a expectativa de recessão técnica no segundo semestre de 2025. Em resposta a esse cenário, os gestores começaram a reduzir a exposição a ações nas carteiras.

Assim, eventuais impactos sobre as nossas carteiras estão sendo mapeados e monitorados constantemente, conforme a seguir:

Exterior

A estratégia geral da carteira está focada em diversificação geográfica e por classe de ativos, buscando resiliência através da alocação em títulos e explorando alocações táticas. A gestão também destaca a importância de focar em empresas de alta qualidade para navegar este período de incerteza.

Em resumo, as medidas dos EUA trazem um cenário de maior incerteza e potencial desaceleração econômica global, o que levou a uma postura mais defensiva na alocação da carteira, com redução da exposição a ações e aumento em títulos, mantendo cautela em relação ao crédito de maior risco.

RV Brasil

Apesar da imposição de uma tarifa média de 10% sobre exportações brasileiras, o impacto direto é considerado limitado, especialmente quando comparado a medidas mais severas contra outros países. Em alguns casos, o Brasil pode até se beneficiar com a substituição de exportações americanas, especialmente commodities agrícolas. Por outro lado, empresas brasileiras com sede nos EUA ou que dependem de importações podem enfrentar pressão de custos.

O principal risco está na possível desaceleração do PIB global, estimada em cerca de 0,5%, o que teria reflexo negativo sobre o crescimento brasileiro e, consequentemente, sobre os resultados corporativos. Além disso, o ambiente de incerteza tem causado volatilidade e saída de capital de países emergentes, mesmo com o Brasil mantendo bons fundamentos e valuations atrativos.

No setor de mineração, o impacto do aumento de tarifas é limitado e indireto, uma vez que os Estados Unidos não representam um destino relevante das exportações de minério da Vale. Os efeitos são mais perceptíveis na forma de uma possível desaceleração do crescimento econômico global, reflexo da escalada protecionista entre grandes economias.

Já no setor siderúrgico, as medidas tarifárias tendem a beneficiar a Gerdau, cuja presença nos EUA é significativa — aproximadamente metade do seu EBITDA é gerado no mercado norte-americano. Nesse contexto, a companhia se favorece com a imposição de barreiras à importação, sobretudo frente à restrição do aço chinês, que passa a encontrar mais dificuldades para acessar o mercado dos EUA.

Diante desse cenário, a recomendação é de cautela. A carteira atual já apresenta um perfil defensivo, focado em empresas de qualidade com visão de longo prazo, baixa alavancagem, boas geradoras de receitas e lucros e que podem se aproveitar bem da dinâmica de consumo e inflação no Brasil.

Nesse sentido, o mais importante para momentos de alta volatilidade momentânea é manter a disciplina e a cautela, evitando movimentos bruscos sobre a carteira, salvo eventuais ajustes pontuais, visando aproveitar oportunidades e reforçar posições menos expostas aos efeitos da guerra comercial.

Equipe técnica: DIRIN/FUNCEF

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